Quando falamos de inclusão, precisamos pensar no modo como cada pessoa entende sobre o que seja inclusão em si. Contudo, o modo como as pessoas entendem o assunto nem sempre retrata o que de fato é ou ao menos deveria ser.
A inclusão perpassa nossos valores e nossas crenças. Muitas vezes nossos conceitos e pontos de vistas estão muito cristalizados, nos impedindo de ver além e nos levando a cometer equívocos diante das necessidades educacionais de um aluno com deficiência.
Cada professor irá partir da sua visão de mundo alicerçada na base de valores e crenças que carrega. Isso irá influenciar o modo como ele vê a sociedade, a educação, o ensino, os alunos, o seu papel como professor, o seu compromisso e a sua relação com os alunos com deficiência.
Esses valores irão influenciar as ações desenvolvidas e guiará a sua prática profissional. E, para ajudar os professores na inclusão do aluno com deficiência visual seguem algumas dicas valiosas e que podem ajudar na prática em sala de aula e facilitar a inclusão.
- Fale e ensine de forma clara;
- Esteja disposto a ouvir o que seu aluno com deficiência visual tem a dizer e esteja aberto a modificações em sua prática cotidiana como: autorizar a gravação de aulas, ampliar textos, escrever com letra maior e mais espaçada na lousa ou disponibilizar provas orais;
- Mantenha contato com o professor da sala de recursos encaminhando material para que ele possa construir gráficos e figuras em alto relevo;
- Evite subestimar a inteligência do seu aluno com deficiência visual, diminuindo a quantidade de exercícios, não cobrando dele as tarefas ou sua participação na aula e nos projetos. Isso poderá causar um desconforto para o aluno com deficiência visual e fará com os demais alunos creiam que existe um favoritismo. O que não é legal! Lembre-se o raciocínio é o mesmo, igual aos demais alunos;
- Solicite com antecedência a impressão de material em Braile. Seu aluno tem esse direito garantido!
- Procure não achar ruim ou se assustar com o barulho da máquina braille;
- Lembre-se: A bengala longa deve ficar ao lado do aluno com deficiência visual. Se você tirar ela de perto, estará tirando sua autonomia e independência;
- Alguns alunos com deficiência visual se habituaram a usar óculos escuros, pois mesmo sem a visão, podem ter fotosensibilidade ou por questões estéticas preferem usar e se sentem mais confortáveis. Não entenda como falta de educação. É uma necessidade!;
- Converse abertamente sobre as limitações do aluno com deficiência visual, com ele e com os demais colegas professores a fim de favorecer o aprendizado;
- Encoraje os colegas e esteja aberto também a ditar a matéria na lousa para que ele possa participar e assim você também ajudará no entrosamento e na cooperação mutua em sala de aula;
- Sempre que for necessário falar de uma imagem, um objeto, procure descrever as características para melhor compreensão.
- Ao mudar o layout da sala ou acrescentar algum móvel no ambiente, informe o aluno com deficiência, pois muitos deles constroem uma espécie de mapa mental e gravam a disposição dos mesmos em um determinado local para poderem se localizar, se locomoverem e administrar o ambiente com autonomia e independência.
- Na dúvida, procure sempre ajuda!
Identificando as dificuldades que prejudicam o aprendizado, a diversidade é uma grande oportunidade de crescimento e aprendizagem para todos os envolvidos.
Patricia de Oliveira
Terapeuta Ocupacional – CREFITO 3/10356-TO
Consultora em Inclusão e Acessibilidade